09 abril 2024

Agradecimentos:


DEDICATÓRIA:
             
             Dedico este e-book, blog e documentários no YouTube, às pessoas que me amaram nesta vida, das quais conheci profundamente, me criaram, me formaram como pessoa e me deram amor – alimento importante para tudo o que eu fui e sou. Pessoas que amo e nunca sairão de minha memória cósmica (minha alma): a avó materna Eurísia Sá de Abreu; a avó paterna Leonor Martignoni Teixeira; a mãe Maria Adair de Abreu Teixeira; ao pai Waldemar Teixeira; a irmã e dupla afilhada Beatriz Maria Teixeira Guerra; a companheira e esposa Rejane Amador; o cunhado Vicente de Paula Guerra e o sobrinho e afilhado João Vicente Teixeira Guerra.
Obrigado eternamente! (João Angelo).


AGRADECIMENTOS:

              Agradeço aos dedicados amigos, pelo carinho, compreensão, estima, amor com que sempre me trataram e com as contribuições dos dados e pesquisas para os relatos descritos em nossos - e-book; blog e documentários no YouTube:
·       Adilson Martins Coelho por fornecer dados sobre a família Teixeira e Forny (parte de meu avô paterno).
·       Carla Martignoni por fornecer dados, atualizações sobre a família de seus pais e relatos de nossa prima Sophia Andrade Martignoni.
·       Clélia Martignoni da Silva (“in memoriam”) por fornecer a foto do brasão dos Martignoni e ajuda ao coletar dados. Simpática, carinhosa e prestativa em tudo que fazia.
·       D’Altecyru França Martignoni (“in memoriam”) pelo relato de grande parte da pesquisa dos Martignoni; pelo incentivo ao meu trabalho de pesquisa genealógica; pelo envio de um “disquete” (através da prima Sophia), transferindo seus trabalhos (no Brasil e Itália) para meus arquivos. D’Altecyru era uma pessoa de grande cultura e inteligência (palavras de meu pai Waldemar, sempre que se referia ao "Dalto").
·       Descartes Teixeira, engenheiro, escritor, amigo de infância de meu pai Waldemar, responsável por relatos importantes sobre as famílias Teixeira e Martignoni.
·       Gilson C. Santos (teólogo, psicólogo e dedicado a genealogia) por ceder gentilmente, em 2019, suas pesquisas da família Santos, relativas às minhas: bisavó e tetravó Balbina Roza dos Santos e Maria Joaquina dos Santos, respectivamente.
·       Helênio Campos Silva Lima (“in memoriam”), por realizar pesquisas nos arquivos da Banda Campesina e em jornais antigos, por trazer informações de Elviro, Elviro Jr. e Alberto Martignoni em 2001/2002. Amigo de minha família e meu ex-professor de biologia, colega de profissão e escritor.
·       Janaína Botelho, escritora, historiadora, responsável pelos documentários/entrevistas em vídeos que fizemos desde 2018 sobre o meu bisavô Elviro e demais fatos da família Martignoni.
·       José de Andrade (“cazuza”) e Laíde, por verificarem os registros de minha avó Eurísia no SNNF. São amigos de minha mãe.
·       Nadyr da Silveira Martignoni (“in memoriam”pela ajuda na coleta de dados específicos da geração atual de nossa família. Era muito simpática, querida e prestativa.
·       Silóe Teixeira de Abreu (“in memoriam”) pelas diversas histórias narradas sobre a família. Era uma tia “elétrica”, similar a tia Clarinha Moura.
·       Sophia Andrade Martignoni (“in memoriam”) pelo incentivo e ajuda nesta pesquisa. Era ativa, inteligente e muito querida.

21 maio 2019

Minha Família:

Éramos sete em...

MINHA  F A M Í L I A:









Waldemar Teixeira (ì05/5/1928 +11/01/2012) & Maria Adair de Abreu Teixeira (ì26/5/1939 16/7/2009) (meus pais).
Filhos: João Angelo Teixeira (ì22/02/1960) casado com Rejane Amador (ì22/10/1964) e Beatriz Maria Teixeira (ì19/10/1967) casada com Vicente de Paula Guerra (ì13/5/1963).
Neto: João Vicente Teixeira Guerra (ì09/6/2004).

              Se fosse detalhar sobre minha família, daria um outro livro, mas gostaria de deixar aqui registrado, alguns fatos (já que este trabalho tem o título - “Memórias Genealógicas” - cada dia, com novos dados, vou atualizando os relatos).




Meu pai: WALDEMAR  MARTIGNONI  TEIXEIRA (ì05/5/1928 + 11/01/2012):
                                                        

              Waldemar, homem forte mentalmente, de fibra, honesto, religioso, uma pessoa amável (todos dizem) e acima de tudo humilde; um fato musical que ilustra isto aconteceu há muitos anos, quando estava regendo o Coral Santa Cecília na Catedral de São João Batista em Nova Friburgo e num determinado dia, um novo cantor {tenor} entrou para o citado Coral; chamava-se Raul Gomes de Almeida. Vindo do Rio de Janeiro, Raul participou de vários ensaios neste Coral Santa Cecília sob a regência de Waldemar. Um dia “numa conversa” entre os dois, Waldemar descobriu que Raul além de tenor era maestro com formação superior à dele e não havia dito nada. A partir deste dia, Waldemar trocou de lugar com Raul, entregou a regência do Coral para ele e passou para seu lugar como tenor.
              Acabaram se tornando grandes amigos, dividindo as regências do mesmo Coral em apresentações distintas. Mais tarde tornaram-se “compadres”, pois, num gesto de “retribuição”, Raul fizera questão que Waldemar fosse padrinho de sua primeira e adorável filha (Miriam), a qual adora até hoje seu padrinho Waldemar. Lembro-me que algumas horas antes de papai ser operado aos 81 anos, para colocação de “pinos/parafusos” na fratura que teve no fêmur em 15/6/2009, Miriam estava ao seu lado no Hospital Unimed, segurando e acariciando sua mão, transmitindo muita força e fé para ele, o que logicamente prova o carinho de ambos.
              Waldemar passou uma infância difícil; havia “perdido” seu pai Antônio com mais ou menos três anos de idade. Sua mãe Leonor, então viúva, com sacrifício (lavava roupas e trabalhava no antigo Hotel Cassino), fez o papel de mãe e pai dele e de seus outros quatro irmãos mais velhos, já que ele era o caçula. Leonor mantinha alguns coelhos (uns oito animais, segundo papai) no quintal, e conforme a ninhada crescia, abatia um coelho como parte da alimentação da família. Papai (Waldemar) me contou em 16/12/2009 que todos os dias de sua infância, pegava labaça na beira do Rio Bengalas para alimentar estes coelhos. Nesse mesmo Rio Bengalas atrás da casa deles, meu pai, os irmãos (especificamente Huber) e os primos (Fernando Eduardo, José Gonçalves, Paulo, etc..) nadavam e as vezes pegavam alguns peixes.
               Apesar das dificuldades daquela época de infância e adolescência, Waldemar também teve, logicamente, alegrias, lembranças boas e divertidas com seus irmãos e primos. Um episódio que ilustra esse fato me foi narrado pelo primo dele José Gonçalvez Moreira em Julho de 2017, numa conversa por celular, onde dizia ele que minha avó Leonor Martignoni, servia o jantar para eles (José, Waldemar e o irmão Huber) e no final a sobremesa (goiabada) e eles três, aprontavam uma “gracinha” – Waldemar dizia: “esta goiabada está torta, vou acertar...” e tirava uma fatia; aí o Huber dizia: “continua torto...” e cortava outra fatia; o José continuava o esquema, cortando as fatias da sobremesa... Nesse instante a Leonor “gritava” para eles: “chega de cortar...” e tirava a goiabada da mesa. 
              Waldemar ainda criança vendeu pipocas na rua; foi chefe de semáforo dos escoteiros; foi alfaiate (durante 16 anos); trabalhou na Cadima Materiais de Construção (durante 30 anos) e trabalhou em nossa lojinha (Biangelu’s) até meados de 2009 quando fraturou o fêmur, em seguida ficou viúvo e em sequência com falhas de memória (tudo no mesmo ano). Era um dos mais antigos membros da A.C.J.F. (Associação Católica da Juventude Friburguense), onde recebeu o título de associado mais antigo (50 anos), vendo o reconhecimento de todos os demais integrantes desta entidade, onde também foi Regente do Coral da A.C.J.F. e Secretário da mesma em 1978 (conforme publicado no Jornal O Globo pág. 8 Estado do Rio de 5ª-feira 02/11/1978 – foto abaixo):


              Estudou italiano (aluno de dona Pia) e música. Era tenor e cantou em vários recitais (Teatro Municipal quando solteiro); foi regente dos Corais: Sta Cecília da Catedral de São João Batista; do Coral da Igreja São Francisco de Assis; do Coral da A.C.J.F. Esta vocação musical e de regência talvez fosse hereditária, uma vez que seu avô Elviro Ernesto Martignoni e seu bisavô Alberto Martignoni foram também maestros das bandas: Campesina e Euterpe Friburguense.
              Waldemar compôs sua própria “Ave-Maria” para o seu casamento em 27/12/1958.  A mesma Ave-Maria ele cantou novamente em 1992 no casamento de sua sobrinha Maria Inês de Abreu com Fernando Lobato e novamente no meu casamento com Rejane Amador em 10/7/2004. Cantou juntamente com seu filho a “Ave-Maria” no casamento de sua filha Beatriz Maria Teixeira (Bia) com Vicente de Paula Guerra, emocionando bastante todos os presentes na Capela do Colégio Anchieta. O mesmo fez nas bodas de ouro de seu irmão Huber Teixeira e sua cunhada Orchidéia em 2003 na Igreja São Francisco de Assis; também nas bodas de ouro do Prof Cícero S. Monnerat e a esposa Natália em 28/6/2003 na Capela do CNSD.
        Em Janeiro de 1965 papai (Waldemar) foi convidado pelo professor Odner Ribamar Teixeira [*21/3/1914 +21/11/1991] (pai de seu grande amigo e "irmão" Descartes de Souza Teixeira) para cantar em Cantagalo/RJ, por ocasião da Semana Euclideana por ele (Odner) organizada, juntamente com a soprano Wanda Simões.
              Ele participava da Comissão Julgadora de Vozes dos Alunos da Academia San Remo a convite da Profa Yara Vassallo. Numa das Audições Musicais da Academia de Artes San Remo no Palco do Antigo Cinema Marabá (hoje extinto), Waldemar recebeu uma Medalha de Honra da UBT-NF (União Brasileira dos Trovadores) das mãos do então representante da UBT Sr. Rodolfo Abbud, por sua belíssima apresentação como solista do Coral da Academia San Remo, cuja regência era da Profa Yara Vassallo e apresentação das músicas do Coral por João Angelo (eu também recebi neste mesmo dia uma Medalha da UBT do Sr. Rodolfo). Neste mesmo ano o Coral San Remo participou das gravações da TV SBTRio e São Paulo – no “Programa Cidade contra Cidade”, onde inclusive tivemos uma bela apresentação do nosso amigo Eduardo Diniz Werner fazendo um solo de trompete.
              Papai levava-me (desde pequeno) com ele a todos os ensaios dos corais. Foi assim que aprendi a cantar, sendo tenor também. Uma vez fomos juntos assistir “Rigoletto” no Teatro Municipal do Rio a convite de dois de seus amigos, Prof Cavalcante e o Tenor Constante Mouret (na época este era tenor do próprio teatro citado... e assistimos de seu camarote). Papai não só me ensinou a cantar, como também a andar de bicicleta, a dirigir carros, a nadar. Por falar em nadar, quase todos os meus primos também aprenderam a nadar com papai. Em um dos meus aniversários (22 de Fevereiro) ensinando a algumas pessoas a nadar na SEF, quebrou o nariz no fundo da piscina (a água estava em nível mais baixo no dia) depois de um salto de cabeça. Foi atropelado por uma carreta de cimento, em cima da calçada, saindo da antiga casa do tio Huber. Em 14/10/1999 foi assaltado em nossa loja, apanhou e teve seu rosto cortado pelos marginais e incrivelmente por todos estes fatos relatados, provava ser um homem forte e corajoso (fatos que me invejam), e sua fé aumentava sempre! Com isto me ensinou muito, também à minha irmã (Bia).
              Waldemar desde 21/5/1957 foi membro (matrícula no 0018) do Sindicato dos Empregados no Comércio de Nova Friburgo (que na época funcionava na rua Major Augusto Marques Braga, 4 – salas 2 e 3 – Ed. D. João VI – tel. daquela época era 22-4145). Mais tarde foi eleito vice-presidente deste Sindicato com mandato de 12/9/1985 à 12/9/1988.
              Voltando no tempo, lembro-me que meu pai me levava sentado numa cadeirinha verde de sua bicicleta (não tínhamos carro) para passear no Suspiro, onde havia um lago enorme, e que eu, andando pela beirada, caí e fui ao fundo, no meio de sapos e peixes; fui afundando (esta imagem é nítida em minha memória até hoje), e logicamente meu pai me retirou do lago. Foi assustador, mas engraçado, além da bronca de minha mãe Adair ao chegar a casa. Nesta mesma bicicleta, meu pai também me levava ao Country Clube (parque São Clemente na época) para eu brincar com minhas forminhas de bichinhos na terra, próxima ao lago. Sempre tive ótima audição (minha mãe sempre dizia isto...) e sei deste fato, pois quando morávamos na avenida ao lado da SEF, sabia (por audição) quando meu pai estava chegando do trabalho; numa distância incrível conseguia ouvir a corrente da bicicleta com as pedaladas de meu pai, “anunciando” sua chegada.
              Num Domingo (13/8/2000 - dia dos Pais) almoçamos juntos (papai, mamãe, Bia e eu) na casa dos meus pais e tivemos a presença da pequena e divertida Liz (filha da prima Inês) alegrando o ambiente. Nesta mesma data, à noite, depois da missa dos pais, papai nos trouxe uma mensagem (oração) da igreja e me entregou dizendo: - “leia isto”! E quando fui lendo a linda oração, percebi (creio) que era tudo o que ele sempre queria me dizer, ou também a Bia?!  
              O contexto desta mensagem dizia o que sempre compartilhamos dentro de nossa casa em família, e mais ainda: o muito que tenho que aprender com as lições deixadas por meu pai em sua experiência de mais de oitenta e três anos de vida. Ele fez desta mensagem um presente para mim naquele dia dos pais do ano 2000, ou seja, fui eu quem ganhou o “presente” do meu pai.
              A oração (que reli emocionado para todos os convidados para a festinha de 80 anos de Waldemar em 04/5/2008, retribuindo-o no gesto que ele fez a mim, foi também a 1a leitura da missa das Bodas de Ouro dos meus pais em 27/12/2008) dizia: “Senhor Deus, agradeço-vos pelo pai que me destes (Waldemar), este herói que admiro em meu coração. Faça que o ame sempre mais e que ele se sinta amado. Aumentai-lhe as alegrias e não permitais que eu seja um peso para ele. Ajudai-me a adivinhar suas horas de cansaço e preocupações, para que possa servir-lhe de “Cirineu”. Não deixeis que os desenganos o abatam ou o desânimo o domine. Ajudai-o a enfrentar, com renovada coragem, suas responsabilidades, e a se desincumbir delas do melhor modo possível. Que ele seja firme e severo, quando necessário, sem deixar de ser bom. Que ele não se perca na impaciência, mas saiba perdoar minhas fraquezas. Que eu não repare seus defeitos, mas suas qualidades; e que eu saiba não só admirar seus bons exemplos, mas também imitá-los. Conservai-o no Vosso amor. E que nossa família, vivendo agora unida, sob os seus cuidados e as vossas bênçãos, possa também viver unida no céu, para cantar o Vosso nome, ó Pai dos pais.” Tento todos os dias aprender esta lição de Vida que era o simples e raro Waldemar (meu pai).  
              No primeiro aniversário de casamento de Bia e Vicente (11/3/2001) papai (em nome dele, mamãe e eu) escreveu num cartão para eles, o seguinte verso:
“Na oportunidade desse ensejo
meus filhos Vicente e Beatriz
é tão grande o nosso desejo
que tenham sempre uma vida feliz.”
              Em 13/12/2001, depois de vários dias com dores na perna esquerda, papai descobriu (por exames) um entupimento em dois pontos numa de suas artérias, o que o levaria a uma cirurgia; passou a andar diariamente para evitar a cirurgia por instrução de um médico em Niterói, onde Bia e eu o levamos para avaliar o caso. Novamente ele nos demonstrava sua convicção de ser forte, superando de maneira exemplar e nos dando força (outra vez me sentia pequeno diante dele!). Em 15/6/2009, papai sofreu uma grave fratura no fêmur esquerdo, precisando de cirurgia de emergência, colocação de pinos e uma longa recuperação no hospital e posteriormente em casa, com acompanhantes, enfermeiros e nós da família, já que tudo tinha de ser feito sobre a cama, cadeira de rodas, etc... um verdadeiro hospital dentro da casa dele. E neste período ele apresentava bastante falha de memória recente (mistura da idade com trauma do sofrimento físico da operação e espiritual com a perda da esposa um mês depois – em 16/7/2009), embora a memória antiga fosse perfeita. A confusão mental de papai acentuou-se muito em Dezembro de 2009 (cinco meses posteriores ao falecimento de minha mãe – Maria Adair), mesmo com acompanhamento médico e medicamentos para a memória, ele esquecia todos os dias da morte de mamãe e queria ir trabalhar na Cadima (que já não existia mais...) o que para ele era real. Com oito meses posteriores ao falecimento de sua esposa, ininterruptamente perguntava (todos os dias) onde ela estava. Criou um “bloqueio” mental quanto a este fato; um exemplo disto, foi o fato de ter ido procurá-la no cemitério, do dia 19/3/2010, quando esteve na capela do São João Batista, verificando os mortos que lá estavam. Nos deu trabalho convencê-lo do contrário. E assim foi até os seus últimos dias em Nova Friburgo conosco.





          
Minha mãe: MARIA ADAIR DE ABREU TEIXEIRA (ì26/5/1939 16/7/2009):
(veja páginas 12 e 18 também na Genealogia ).
          

              Adair passou maus momentos, depois de um corte na perna, na enchente de 1996, onde abriu uma ferida de difícil cura até o final de sua vida. Desesperou-se muito, mas graças a Deus, à fé e o companheirismo de meu pai, além dos cuidados sábios e delicados de Beatriz como enfermeira diária e incansável, mamãe teve um quadro estável. Por falar em enchentes, cito aqui algumas trágicas coincidências sobre elas (de 1996 até 2005): enchente na noite de Natal (24 para 25 de Dezembro de 1996), dia em que mamãe se cortou (na perna) dentro da água, tentando me ajudar com os objetos de nossa lojinha Biangelu’s; enchente na noite do réveillon de 1999 para 2000 (31/12/1999); princípio de enchente em 27/12/2000 (dia do aniversário de casamento de meus pais, iríamos comemorar, mas novamente foi aquele corre-corre levantando os objetos de nossa lojinha) e as duas últimas enchentes (num pequeno intervalo de tempo) em 18/01/2005 e 04/02/2005 (na sexta-feira de carnaval) e esta última nos deu trabalho. Mamãe não chegou a presenciar (“graças a Deus”) a catástrofe da “Tsunami Celestial” em 11/01/2011 sobre Friburgo, foi a pior enchente de todos os tempos em nossa cidade.
              Gostaria que mamãe tivesse voltado a ser forte intimamente, como sempre fora, batalhadora, super protetora de nós todos de casa, nos defendendo até quando estávamos errados. Mulher de fibra e guerreira impunha sempre seus desejos e vontades sobre nós, na garra ou até nos dobrando com seu jeitinho. Era super legal, exagerando nos presentes que sempre me deu e na comida que fazia e nos mandava (para minha esposa e eu nos deliciarmos com sua culinária...) quase toda semana até seus últimos dias por aqui. Mesmo depois que me casei, ela ainda mandava a “feira” que fazia semanalmente como “presente” para minha esposa (Rejane) e eu. Cozinhava extremamente bem (foi assim que ela “pegou” meu pai – com um pavê que fez...) fato que herdou de minha avó Eurísia (a boa gastronomia). Assistia aos programas gastronômicos da apresentadora Ana Maria Braga na TV Globo, gravados em 2001 pelo meu pai, em VHS, para ela (enquanto esteve doente em casa – com problemas na perna) e desta maneira aprendendo as mais gostosas receitas.
              Quando solteira, mamãe trabalhou como balconista e atendente, entre 1954 e 1958, numa loja de doces - “Confeitaria Hamburgo”, situado à Rua Farinha Filho e, posteriormente, à Avenida Alberto Braune, já então com o nome de “Danúbio Azul”; pertencia ao Sr. Henry Moryc e sua esposa Lydia Therezinha Capossi. Mamãe sempre ajudou minha avó. Trabalhou 26 anos como inspetora de disciplina no Colégio Profa Odette Penna Muniz. Todos os professores, diretores e vários alunos gostavam muito dela; sempre manteve a ordem e o respeito na escola onde trabalhávamos juntos (eu era o prof. de ciências desta escola); minha mãe aliás, era a única que conseguia manter a ordem e organizar a escola segundo a opinião dos professores (às vezes só com o olhar dela – lindos olhos verdes!).
         Logicamente como toda mãe, sempre organizou minhas roupas desde pequeno, me penteava e passava “gumex” no meu “topete” antes de sair e ir para a escola (fez o mesmo em 2007, 2008 e 2009 com o seu neto – João Vicente Teixeira Guerra – e este além de vaidoso e perfumado, gostava do que sua avó Adair fazia!) e me levava e apanhava lá, todos os dias. Quando saía do colégio, às vezes ela me levava à Padaria do Melinho, para comer um super roscão “corujão” da época; às vezes me comprava “japonês” (um biscoito tipo casquinha de sorvete, na porta do colégio Anchieta); de vez em quando passávamos pela Rua Alberto Braune, numa pastelaria e tomávamos um suco de coco, quando não comíamos “churros”.
Incrível que nesta época mamãe e eu éramos “magros”!!! Depois é que engordamos muitos anos à frente (?!).
         Mamãe nos deu um grande susto em 23/6/2008, depois de uma forte dor de cabeça e duas fisgadas posteriores a esta cefaleia, foi socorrida inicialmente por minha esposa Rejane, que chegou primeiro lá na casa dela, seguida por mim, onde acionamos uma ambulância, levando-a para Unimed ao encontro de minha irmã (Beatriz, que estava de plantão neste hospital...), onde foi detectada um aneurisma de grande risco, transferindo-a no mesmo dia para outra cidade - Itaperuna – RJ, com maior recurso, onde conseguimos salvá-la, no Hospital São José do Avaí. Fizeram uma cirurgia inicial da carótida externa esquerda (aproximadamente 3 horas), dias depois duas intervenções em tentativa de embolização do aneurisma cerebral; por mais de 21 dias internada no HSJA, deprimida, tentando sobreviver e conseguiu, graças a Deus, a equipe excelente de médicos e enfermeiros do HSJA (dos quais muitos se tronaram amigos dela e de mim que fiquei maior parte do tempo lá no hospital de Itaperuna com ela, nos finais de semana Bia também ia para lá, Rejane também nos acompanhou e dormiu no hospital, para eu descansar num hotel, e posteriormente também o Vicente que lá esteve por três dias também alternando comigo). Foi um grande desgaste emocional para todos nós, sendo que papai foi quem mais decaiu com o fato, e o pequeno João Vicente (com 4 anos) sentiu bastante a ausência da avó ao seu lado diariamente. Mamãe sobreviveu por mais um ano. Quando papai quebrou o fêmur, foi operado e passou por maus momentos, mamãe começou a decair, mas não o largava um só instante, cozinhando, dando-lhe remédios, etc... por mais de vinte dias sofrendo internamente, nos omitiu uma hérnia que encarcerou e a levou a óbito em 16/7/2009 por volta das 7 horas da manhã, no CTI da Unimed de Friburgo, após uma semana de sofrimento pós cirúrgico, anúrica e ligadas a aparelhos. Não resistiu. Seu amor por meu pai (nos seus 50 anos de casada) foi mais forte, ela vendo-o sofrer, se entregou literalmente para partir antes dele. Duro golpe para todos nós!!!  
              Durante vários anos papai ensinou mamãe a nadar (em Rio das Ostras -RJ) mas ela só o fazia (tipo “cachorrinho”) com auxílio dele, e muito na beira da praia (são momentos legais!!!). Mamãe melhorou bem seu “astral” com a chegada do neto João Vicente, onde ela era a avó coruja, cuidava dele como filho, alimentava-o, dava banho, etc...até os cinco anos dele.
              Minha querida irmã Beatriz tem quase tudo herdado de papai: altura, tipo, personalidade (um dos motivos por me orgulhar dela); nos relacionamos muito bem, apesar da diferença de idade entre nós e dela às vezes ter pouca paciência comigo (fato que se acentuou muito após a morte de mamãe); nos amamos muito e temos grande respeito um pelo outro. Sempre me ajuda quando pode, mostrou-me ser bem mais forte do que eu imaginava, na ocasião do aneurisma de mamãe (citado anteriormente) e durante seu sofrimento em Julho de 2009, acompanhando-a durante os sete dias de UTI que mamãe teve de aguentar.
               Seu nome - Beatriz foi escolhido por mim, numa oportunidade dada por minha avó Eurísia de “escolher um nome caso eu ganhasse uma irmã”. Isto quando minha mãe foi para o hospital e fiquei em casa ansioso com minha avó, aguardando notícias do nascimento; além da escolha do primeiro nome (minha avó escolheu o segundo – Maria); por isso Beatriz Maria. Por ser menor de idade na época, eu tive licença especial do Monsenhor José Antônio Teixeira (mesmas iniciais do meu nome JAT) para ser padrinho de minha irmã, fato que se repetiu em seu casamento em 11/3/2000; novamente fui seu padrinho.
               Bia é uma pessoa muito legal! Tem várias amigas de infância que até hoje, gostam muito dela. Sempre batalhadora e corajosa, principalmente quando teve de nos deixar aqui em Friburgo, para praticamente só, concluir sua faculdade de Obstetrícia e Enfermagem na UFF de Niterói – RJ. Morou também no Rio de Janeiro e fez estágio em Tanguá - RJ. Por lá sofreu de enxaquecas, assaltos, solidão, tédio e angústias, fatos que fizeram dela vitoriosa, valente e humilde como seu pai. Bia foi supervisora do Hospital Santa Lúcia – NF; Enfermeira-Chefe por vários anos do Hospital São Lucas – NF; trabalhou no SASE-NF e no Hospital Unimed – NF até dezembro de 2014. Atualmente trabalha na Maternidade de Nova Friburgo e ministra cursos por contra própria. Bia hoje casada com Vicente Paula Guerra e seu filho João Vicente, rezam diariamente (à noite) fato que relembra também o nosso pai, que fazia o mesmo. Tenho um enorme orgulho da Bia, do meu cunhado Vicente e do meu sobrinho e afilhado João Vicente; de Maria Adair e de Waldemar; de minha esposa Rejane: são heróis de minha vida; são as razões do meu viver. A eles devo o que sou; obrigado sempre! A vocês dedico minha vida e estes relatos feitos aqui. Minha irmã, minha mãe e meu pai, meu cunhado Vicente, minha esposa Rejane e meu sobrinho e afilhado João Vicente. Amo vocês sempre!!! Um beijão para vocês!!!

14 julho 2018

SÁ - GENEALOGIA

S Á - GENEALOGIA:
        (Pesquisa revisada em Setembro de 2017).
Foto acima pertence ao Castello ATHADARA.


SÁ:
         Nosso sobrenome é de origem geográfica. Topônimo de Portugal. Provavelmente de uma palavra gótica sala: “casa”, depois Saa e Sá; que deu o italiano - sala, casa, habitação, na idade média a parte do castelo destinada aos servos. No português medieval Sala: Vila Sala, Sala de Barrosas;  vila- documentado em 1059, sala - documentado em 1077. Em galego Saa.
         Da série de gerações que se pode dar como os mais prováveis, o ascendente de maior Antiguidade que se tem registro é Rodrigo Annes de Sá (séc. XIII), que se casou com Maria Rodrigues do Avelar e deixaram numerosa descendência (dos quais descendem diversas famílias de sobrenome Sá, espalhadas pelo Brasil); dentre estes vários filhos que tiveram, destaca-se Paio Rodrigues de Sá, que viveu pelos anos de 1300, no reinado de D. Diniz I, no Concelho de Lafões. Paio teve um filho João Afonso de Sá (vassalo dos reis D. Afonso IV ( 1357) e D. Pedro I ( 1367), foi senhor da Quinta de Sá, no termo de Guimarães e ali é o solar de nossa família Sá). João Afonso de Sá casou-se com Teresa Rodrigues de Berredo, e tiveram filhos (faltam os nomes???) que seguiram o sobrenome Sá e continuaram as linhagens.
        Aqui no Brasil, registra-se a família SÁ nos seguintes locais:
         No Maranhão: registra-se a passagem de Artur de Sá - foi Governador do Maranhão e do Rio de Janeiro, e descobridor das minas - 11° neto do citado Rodrigo Annes de Sá, patriarca de nossa família Sá, em Portugal.
         No Espírito Santo: a família de Sebastião de Sá (ì+/-1634- Vitória-ES ?), era filho de Pedro Carrasco & Isabel Rodrigues. Sebastião teve filhos do seu casamento (em 1664 no Rio de Janeiro) com Maria de Abreu (filha de Antônio da Costa).
         Na Bahia: a família de Bartolomeu Madeira de Sá (era em 1591, aluno dos jesuítas, tendo sido depois licenciado), era filho de Pedro Madeira & Inês de Sá. Bartolomeu teve filhos do seu casamento (em 1599 - Bahia) com Maria de Lemos Landim (ì1571-Bahia ?), filha de João Rodrigues Palha (família Palha da Bahia).
         No Rio Grande do Sul: a família de João de Sá (ì+/-1701 - São Gonçalo de Val de Lobo, bispado de Miranda ?) casou-se com Maria do Ó (ì+/-1703 -São Miguel do Felgar, arcebispo de Braga ?) tiveram filhos, por volta de 1726, na Colônia do Sacramento, e estes descendentes foram aparentados com as famílias Jarmélo, Alvares dos Santos, Rodrigues de Carvalho, Secco e Rodrigues dos Santos, entre outras. Também a família de José Maria de Sá (ì1803 -Arcos de Val de Vez 1855-Rio de Janeiro), era filho de Francisco Bernardo de Sá & Ana Joaquina Malheiro. José Maria de Sá era proprietário de uma fábrica de sabão na Praça do Rio de Janeiro; casou-se (em 1826 no Rio Grande-RS) com Josefa Maria da Cunha (ì1810 -Rio Grande-RS  1860 –Rio de Janeiro), era filha do Comendador Miguel da Cunha Pereira & Maria Antônia Vieira da Cunha; Josefa era neta paterna de outro Miguel da Cunha Pereira (patriarca da família Cunha Pereira do RS); e era neta materna do Capitão José Vieira da Cunha (patriarca da família Vieira da Cunha do RS); José Maria & Josefa deixaram filhos. Também no RS, a família de Gabriel Teodoro de Sá (filho de Manuel João Lourenço de Sá & Justa da Fonseca) casado com Inácia da Silva (filha de Eusébio da Silva Carvalho & Maria Ferreira da Fonseca). Gabriel & Inácia foram pais do Tenente de Cavalaria do RS - Joaquim Inácio de Sá (ì? Colônia do Sacramento); Joaquim teve mercê da Carta de Brasão de Armas (Brasil Heráldico: datado de 14/10/1796; registrado no Cartório da Nobreza, livro V, fl. 147; era um escudo partido em pala: na primeira pala, as armas de nossa família Sá; e na segunda pala, as armas da família Silva).
         Em Goiás: os Sá de Goiás (que não são nossos parentes) procedem de uma história “engraçada” de Matias Correia de Figueiredo (ì? - Braga 1783- Pirinópolis - GO), que na quarta década do séc. XVIII foi para Sorocaba - SP, e casou com Escolástica dos Santos Robalo, de Sorocaba. Este Matias, por motivos decorrentes de relações ilícitas com uma nobre dama sorocabense, “abandonou” a cidade, e rumou para Goiás, onde “adotou” (por meios “estranhos ou ilegais”) o nome de Alexandre Pinto Lobo de Sá (“bom disfarce”), estendendo-se aos seus descendentes o pseudo-sobrenome Sá (fonte: J. Jayme, Pirinópolis, I, 289).
Linha Africana: a família do Coronel Francisco José de Sá (ì1861 ?) (“Chico Sá” - “forro”), filho de José Joaquim de Sá & Joana Inácia Guerra [escrava liberta por 350$000, em 1859]. “Chico Sá”, liberto, mediante quantia de 32 oitavas de ouro; “Chico Sá” casou-se (em 1886 – Pirinópolis -GO) com Antônia Lina da Costa, deixando vários filhos.
         Em Pernambuco: os Cristãos Novos (o sobrenome Sá foi usado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497) – a exemplo da família de Antônio Maia de Lima [Tabelião do Público e Judicial de Barcelos] (filho de Duarte Fernandes do Rego & Branca Maia de Lima) que se casou com Isabel Dias de Sá (filha de Francisco Rodrigues Mercador & Gracia Dias > sendo esta filha de Diogo Pires & Ouro Inda (ambos judeus) residentes em Barcelos, convertidos ao catolicismo, em 1497) e tiveram filhos.
         No Rio de Janeiro: a família de Pedro de Sá (ì+/-1590 1686-RJ), filho de Pedro Rafael & Maria de Sá. Pedro de Sá casou-se (+/-1626) com Guiomar do Souto e tiveram filhos.
         Há registros (feitos pelo genealogista Rheingantz, III, 129) de mais de 10 famílias Sá nos séculos XVI e XVII no Rio de Janeiro. Cabe registrar Mem de Sá (ì+/-1493 1552), 3º Governador Geral do Brasil, era irmão do poeta Francisco de Sá de Miranda (ì1495 1558), ambos filhos de Gonçalo Mendes de Sá (sétimo neto do citado Rodrigo Annes de Sá - patriarca de nossa família Sá, em Portugal). Também a família Corrêa de Sá, que teve princípio com o casamento de Gonçalo Corrêa & Felipa de Sá (sendo ela filha de Martim de Sá, e, por via deste, oitava neta do citado Rodrigo Annes de Sá - patriarca de nossa família Sá, em Portugal). Parente dos Corrêa de Sá e de Mem de Sá registra-se: Estácio de Sá (ì? 1567) (era filho de Álvaro Pires de Sá, e 8° neto do citado Rodrigo Annes de Sá, patriarca de nossa família Sá, em Portugal). Estácio de Sá (em 1565) foi fundador da Cidade Velha, no Morro Cara de Cão, hoje bairro da Urca no Rio de Janeiro, faleceu combatendo os tamoios, na batalha de Uruçumirim, onde hoje é a praia do Flamengo. No mesmo ano (1567), seu primo Mem de Sá (acima citado), fundava a Cidade Nova, no Morro do Januário, depois Castelo; sendo - Salvador Corrêa de Sá (outro parente) o 1º Governador da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Linha Indígena: a família de Artur de Sá (não sei se o mesmo governador citado anteriormente no Rio e posteriormente no Maranhão), que teve filhos no seu primeiro casamento com Maria Fernandes (“mameluca”) (em 1620), e filhos no seu segundo casamento com Esperança (“mameluca”) (em 1622).















Heráldica: I - um escudo enxadrezado de prata e de azul, de seis peças em faixa e sete em pala (Anuário Genealógico Brasileiro, IX, 299);
II - um escudo enxadrezado de vinte e uma peças de azul.
ARMAS: a família Sá traz um brasão xadrezado de prata e azul, de cinco peças em faixas e seis em pala. Timbre um búfalo de prata sainte, enxadrezado de negro armado de prata e com uma argola de ouro nas ventas (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 110).
     ou     

              Esta pesquisa está sendo atualizada, faltando informações, pois minha avó Eurísia de Sá faleceu cedo (ì09/3/1918 - Cantagalo - RJ 06/5/1969; 5h 15min – Friburgo - RJ de hemorragia cerebral) e tinha somente uma irmã – Conceição de Sá. Foram criadas numa antiga fazenda em Monnerat (o nome deveria ser fazenda “Bandeirantes”??? – segundo o que minha mãe conseguia se lembrar); e elas (minha avó e sua irmã) foram separadas ainda muito pequenas (lá em Monnerat  - Duas Barras –RJ).
 Obs: sobre Monnerat – Em 08/11/1859 começava a ser construída a Estrada de Ferro que ligaria Niterói a Cantagalo. Nesta época as grandes vedetes da Corte eram as locomotivas. Em 1857 o Barão de Nova Friburgo possuía 23 fazendas entre Nova Friburgo e Cantagalo e palacetes como o Palácio do Catete no Rio de Janeiro. Entre outros interesses do Barão, ele assumiu a Sociedade Anônima-Estrada de Ferro Cantagalo mais ou menos em 1860. Entre 12/3/1870 e 18/12/1873 foram realizadas as obras da estrada de ferro entre Cachoeiras de Macacu e Nova Friburgo, o trem ia até a Tapera e a localidade de Monnerat. O prolongamento da estrada de ferro, daí até Santa Maria Madalena, passando por Cantagalo até Macuco foi inaugurado em 16/9/1876. Assim o progresso começou nestas áreas próximas a Monnerat.
               Um censo feito em 1872, mostra que havia 3091 pessoas em Duas Barras (e Monnerat), sendo 1886 livres (41% homens = 1270 e 20% mulheres = 616) e 1205 escravos (24% homens = 741 e 15% mulheres = 464) e que 80% da população destas áreas, eram analfabetas. Ainda nesta pesquisa constam 159 estrangeiros (102 africanos escravizados; 41 portugueses; 11 italianos e 5 alemães).
               O trem trouxe também professores, que lecionavam em escolas públicas e em fazendas. Em 1879 já existiam oito professores: João Soares da Silva; Augusta Amalia da Costa Botelho; Serafim José Botelho; Simplícia Maria Vieira; Joaquim Fernandes de Oliveira; Claudino José das Chagas Ramalho; o vigário José Sebastião Moreira Maia e Manoel Antunes Dragueiro e Sá (este provavelmente parente ou antepassado de minha avó, devido ao único registro de Sá da região naquela época.???).










Obs: Família Thomaz do Cantão de Fribourg, Suíça, estabelecida na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, para onde passou Jacques Thomas [c.1799, Fribourg -], contratados na qualidade de colonos para trabalhar na Colônia do Morro Queimado, segundo tratado de 11/5/1818, assinado por Sebastien-Nicolais Gachet, encarregado dessa missão por seu governo na Suíça, junto à Sua Majestade, no Brasil. Desta colônia, originou-se o Município de Nova Friburgo - RJ. Compunham o grupo de colonos que embarcaram para o Brasil, entre 11/9/1819 e 10/10/1819, em sete navios: Camillus (com 119 colonos); Daphiné (197 colonos); Debby Elisa (233 colonos); Deux Catherine (357 colonos); Elizabeth-Marie (228 colonos); Heureux Voyage (442 colonos) e Urania (com 437 colonos).

S1) Descendência de João Thomaz de Sá (ì +/- 1873 +/- 1921) & Emília Chagas (ì+/- 1877 +/- 1921):

          Meus bisavós maternos morreram provavelmente em Cantagalo – RJ (ou Duas Barras, Monnerat ou Macuco ?!), já que naquela época todos os registros de nascimento ou óbito eram feitos em Cantagalo - RJ pela Igreja Católica ou “Cartórios”. João Thomaz de Sá morreu com aproximadamente 48 anos e Emília Chagas com aproximadamente 44 anos, quando minha avó Eurísia (filha deles) tinha menos de 3 anos, deixando-a órfã e sua irmã Conceição de Sá mais velha que minha avó aproximadamente uns 2 anos, ambas acabaram sendo separadas ainda pequenas e criadas separadamente em locais diferentes.
Filhas: S11) Eurísia de Sá (ì09/3/1918 -Cantagalo-RJ 06/5/1969 -Friburgo-RJ) (minha avó) e S12) Conceição de Sá (ì ??/?/191?-Cantagalo-RJ).




Foto de Eurísia de Sá: 

S1-1)Descendência de Eurísia de Sá (ì09/3/1918–Cantagalo  06/5/1969 –N. Friburgo)A11) Manoel de Abreu Junior (ì 08/01/19?? 193?): (Meus avós maternos)

Filha única (veja pág. 18):
SA1-1-1) Maria Adair de Abreu Teixeira (ì26/5/1939 16/7/2009 em Friburgo) - minha mãe.

          Minha avó materna Eurísia de Sá morou com sua filha Maria Adair (minha mãe) na antiga Rua Baronesa n° 88 casa 2 até o casamento de Maria Adair.  Avó Eurísia trabalhou muitos anos fazendo comida (refeição) para fora, com muita fartura (dizia meu pai Waldemar), em um fogão a lenha (carvão), num espaço sob a residência da família Rangel (na mesma e antiga Rua Baronesa em Nova Friburgo), espaço esse cedido por Dr. Rangel e Dona Lourdes.
         
 Reconhecida mais tarde pelo seu trabalho, por estes dois grandes amigos ou “Anjos” (que consideramos como parentes), ambos nascidos no Rio de Janeiro (antigo DF) Dr. Raul Pereira Rangel (ì31/8/1911 08/9/2003) {na época um dos diretores adjuntos do SNNF} e sua esposa Maria de Lourdes Muniz Rangel (ì23/4/1916 18/4/2001), ambos de grande coração, indicaram minha avó Eurísia para trabalhar na lavanderia e refeitório do HT do SNNF (Hospital dos Tuberculosos do Sanatório Naval de N. Friburgo) {matrícula no SNNF n° 1.936.418 com as seguintes funções e datas: lavadeira em 01/01/1952; lavand. e refeitório em 31/7/1953; serviçal nível 5.A. em 12/7/1960 até sua morte em 06/5/1969} – veja as duas fotos abaixo – uma externa e outra interna da lavanderia do HT do SNNF.
         Minha madrinha de casamento Regina Pereira Rangel (filha deste casal > Raul e Lourdes) foi desde infância e é até hoje amiga-irmã de minha mãe Adair, assim também como os demais irmãos de Regina > Rodrigo, Ricardo e Raul (já falecido). Ricardo Muniz Rangel num e-mail enviado em 11/9/2007 para mim disse: - vendo a foto de sua avó, me lembrei daqueles bons tempos e até das broncas que sua mãe levava quando fazia alguma coisa errada, coisa da qual nós, certamente, éramos co-autores.  Dizia sua avó (Eurísia): "eu te belisco, Adairzinha!"
 
             Lembro-me que ia buscar minha avó Eurísia, lá (SNNF) todo final de tarde com minha mãe, e pelo caminho, na subida do Sanatório, eu ia pegando “pinhas” pela estrada.
            Até hoje gosto de “pinha cozida”. Ganhei dela um carrinho do Corpo de Bombeiros (inesquecível). Como cozinhava muito bem (por isso também a minha mãe herdou este costume), fazia super festas para mim, com muitos doces (uma bolinha de mamão verde cristalizado...), fantásticos bolos (sempre com motivos interessantes) e junto com uma antiga amiga dela (Maria Augusta) inesquecíveis e artesanais empadinhas (meus aniversários eram ótimos!). Sobre estas empadinhas citadas anteriormente, Ricardo Muniz Rangel também no mesmo e-mail do dia 11/9/2007 (citado na página anterior...) disse: - Você falou sobre as empadinhas. Disto eu me lembro muito bem. Como eram saborosas!
No outro dia, eu comí uma empadinha ótima numa lojinha aqui de Brasília e comentei com Jacira (esposa de Ricardo) que a empadinha estava muito boa, mas não se comparava àquelas, de Friburgo, feitas por sua avó (Eurísia).
Da. Eurisia era uma excelente cozinheira e acho que mamãe (D. Lourdes) aprendeu muito com ela.
Amigão, como é bom a gente poder ter saudades! É sinal que vivemos bons momentos que nos marcaram muito.
Não deixemos nunca que as saudades sejam alimentadoras de sentimento de tristeza, mas sim de agradecimento a Deus por nos ter permitido desfrutar de tantas alegrias!
          Em Outubro de 2008, vasculhando documentos antigos com minha mãe Adair, encontramos uma das receitas originais destas empadinhas, manuscrita com a própria letra de minha avó.
          O mesmo valor e reconhecimento pelo trabalho dado por Dr. Rangel e D. Lourdes (mencionados anteriormente), se repetiu na amizade feita pelo Dr. Pedro Rodrigues (pediatra) e sua esposa Eda (na época vizinhos de minha avó Eurísia), que também “pegavam pensão” nos alimentos feitos por ela (Eurísia), gerou uma nova relação de amizade entre eles, tendo como consequência o convite feito por minha avó, para que eles fossem padrinhos de casamento de minha mãe (Maria Adair) aos dezenove anos de idade, na Igreja Santo Antônio na Praça do Suspiro, em 27/12/1958 e assim foi feito.

Na foto ao lado temos dona Eda, o casal Waldemar e Maria Adair e o Dr. Pedro Rodrigues.


  SA1-1-1) Maria Adair de Abreu Teixeira (ì26/5/1939 16/7/2009 -Friburgo):

Minha mãe tinha olhos verdes, única filha deste casal (Eurísia e Manoel). Casou-se com meu pai Waldemar Teixeira (ì05/5/1928 11/01/2012) em 27/12/1958 (data escolhida por meu pai, pois seus pais – Leonor & Antonio – também se casaram nesta data após o Natal). Maria Adair e Waldemar tiveram dois filhos:
(eu) João Angelo©A+ (ì22/02/1960) casado com Rejane Amador ©A+ (ì22/10/1964) e minha irmã Beatriz Maria Teixeira ©B+ (ì19/10/1967) casada com Vicente de Paula Guerra (ì13/5/1963-Sto Antônio do Aventureiro-MG). Maria Adair e Waldemar tiveram um neto: João Vicente Teixeira Guerra (ì09/6/2004) – filho de Beatriz com Vicente.
Adair passou maus momentos, depois de um corte na perna, na enchente de 1996, onde abriu uma ferida de difícil cura até o final de sua vida. Desesperou-se muito, mas graças a Deus, à fé e o companheirismo de meu pai, além dos cuidados sábios e delicados de Beatriz como enfermeira diária e incansável, mamãe teve um quadro estável.
              Gostaria que mamãe tivesse voltado a ser forte intimamente, como sempre fora, batalhadora, super protetora de nós todos de casa, nos defendendo até quando estávamos errados. Mulher de fibra e guerreira impunha sempre seus desejos e vontades sobre nós, na garra ou até nos dobrando com seu jeitinho. Era super legal, exagerando nos presentes que sempre me deu e na comida que fazia e nos mandava (para minha esposa e eu nos deliciarmos com sua culinária...) quase toda semana até seus últimos dias por aqui. Mesmo depois que me casei, ela ainda mandava a “feira” que fazia semanalmente como “presente” para minha esposa (Rejane) e eu. Cozinhava extremamente bem (foi assim que ela “pegou” meu pai – com um pavê que fez...) fato que herdou de minha avó Eurísia (a boa gastronomia). Assistia aos programas gastronômicos da apresentadora Ana Maria Braga na TV Globo, gravados em 2001 pelo meu pai, em VHS, para ela (enquanto esteve doente em casa – com problemas na perna) e desta maneira aprendendo as mais gostosas receitas.
 Quando solteira mamãe sempre morou com minha avó Eurísia na antiga Rua Baronesa n° 88 na casa 2, e ela trabalhava como balconista e atendente, entre 1954 e 1958, numa loja de doces - “Confeitaria Hamburgo”, situado à Rua Farinha Filho e, posteriormente, à Avenida Alberto Braune, já então com o nome de “Danúbio Azul”; pertencia ao Sr. Henry Moryc e sua esposa Lydia Therezinha Capossi. Mamãe sempre ajudou minha avó. Trabalhou 26 anos como inspetora de disciplina no Colégio Profa Odette Penna Muniz. Todos os professores, diretores e vários alunos gostavam muito dela; sempre manteve a ordem e o respeito na escola onde trabalhávamos juntos (eu era o prof. de ciências desta escola); minha mãe aliás, era a única que conseguia manter a ordem e organizar a escola segundo a opinião dos professores (às vezes só com o olhar dela – os lindos olhos verdes!).
          Logicamente como toda mãe, sempre organizou minhas roupas desde pequeno, me penteava e passava “gumex” no meu “topete” antes de sair e ir para a escola (fez o mesmo em 2007, 2008 e 2009 com o seu neto – João Vicente – e este além de vaidoso e perfumado, gostava do que sua avó Adair fazia!) e me levava e apanhava lá, todos os dias. Quando saía do colégio, às vezes ela me levava à Padaria do Melinho, para comer um super roscão “corujão” da época; às vezes me comprava “japonês” (um biscoito tipo casquinha de sorvete, na porta do colégio Anchieta); de vez em quando passávamos pela Rua Alberto Braune, numa pastelaria e tomávamos um suco de coco, quando não comíamos “churros”.
Incrível que nesta época mamãe e eu éramos “magros”!!! Depois é que engordamos muitos anos à frente (?!).
         Mamãe nos deu um grande susto em 23/6/2008, depois de uma forte dor de cabeça e duas fisgadas posteriores a esta cefaléia, foi socorrida inicialmente por minha esposa Rejane, que chegou primeiro lá na casa dela, seguida por mim, onde acionamos uma ambulância, levando-a para Unimed ao encontro de minha irmã (Beatriz, que estava de plantão neste hospital...), onde foi detectada um aneurisma de grande risco, tranferindo-a no mesmo dia para outra cidade - Itaperuna – RJ, com maior recurso, onde conseguimos salvá-la, no Hospital São José do Avaí. Fizeram uma cirurgia inicial da carótida externa esquerda (aproximadamente 3 horas), dias depois duas intervenções em tentativa de embolização do aneurisma cerebral; por mais de 21 dias internada no HSJA, deprimida, tentando sobreviver e conseguiu, graças a Deus, a equipe excelente de médicos e enfermeiros do HSJA (dos quais muitos se tronaram amigos dela e de mim que fiquei maior parte do tempo lá no hospital de Itaperuna com ela, nos finais de semana Bia também ia para lá, Rejane também nos acompanhou e dormiu no hospital, para eu descansar num hotel, e posteriormente também o Vicente que lá esteve por três dias também alternando comigo). Foi um grande desgaste emocional para todos nós, sendo que papai foi quem mais decaiu com o fato, e o pequeno João Vicente (com 4 anos) sentiu bastante a ausência da avó ao seu lado diariamente.
Mamãe sobreviveu por mais um ano. Quando papai quebrou o fêmur, foi operado e passou por maus momentos, mamãe começou a decair, mas não o largava um só instante, cozinhando, dando-lhe remédios, etc... por mais de vinte dias sofrendo internamente, nos omitiu uma hérnia que encarcerou e a levou a óbito em 16/7/2009 por volta das 7 horas da manhã, no CTI da Unimed de Friburgo, após uma semana de sofrimento pós cirúrgico, anúrica e ligadas a aparelhos. Não resistiu. Seu amor por meu pai (nos seus 50 anos de casada) foi mais forte, ela vendo-o sofrer, se entregou literalmente para partir antes dele. Duro golpe para todos nós!!!  




S1-2) Descendência de Conceição de Sá (ì??/?/191? –Cantagalo.  ??/?/19??) & ???:


Também filha de  João Thomaz de SáEmília Chagas, quando ficou órfã e sua irmã Eurísia de Sá (minha avó materna) e ambas acabaram sendo separadas ainda pequenas, criadas separadamente em locais diferentes. Estou procurando há vários anos, com ajuda de minha esposa Rejane Amador (através de seus amigos dos Fóruns e Cartórios do interior), porém sem sucesso até hoje.